Grã-Bretanha: marxismo, o Partido Trabalhista e a caça às bruxas

A seção britânica da CMI, Socialist Appeal [Apelo Socialista], a voz marxista do Partido Trabalhista e da juventude, foi expulsa do Partido Trabalhista britânico, com a direita afirmando que eles são “estranhos” e “tóxicos” para os “objetivos e valores” do partido. Mas o marxismo tem uma longa história no movimento trabalhista britânico e no Partido Trabalhista. Este artigo responde às mentiras, difamações e calúnias.


[Source]

A decisão do Comitê Executivo Nacional (NEC) do Partido Trabalhista de banir o Socialist Appeal e expulsar nossos apoiadores do Partido Trabalhista não é uma ideia nova. Faz parte de uma longa história da direita para erradicar o marxismo e sua influência do partido.

Isso não deveria nos surpreender. A direita, que agora domina a liderança do partido sob o comando de Sir Keir Starmer, são agentes abertos da classe dominante dentro de nosso movimento, cuja tarefa é tornar o partido seguro para o capitalismo. Isso vai até ao ponto de destruir o Partido Trabalhista, se necessário.

O que é certo, entretanto, é que qualquer que seja o resultado imediato desta luta particular, o marxismo continuará a crescer cada vez mais em força, dada a crise orgânica do capitalismo. Não pode haver dúvida disso. O marxismo é mais relevante do que nunca. A direita esqueceu uma lição simples: nenhuma força na terra pode impedir uma ideia cujo tempo chegou.

Macartismo

Na década de 1950, quando houve a recuperação econômica do pós-guerra, a direita derivou sua força do fato de que o capitalismo ainda podia arcar com certas reformas. Mas a situação mudou dramaticamente.

Hoje, a crise capitalista significa que contrarreformas e austeridade estão na agenda em todos os lugares. A base material para o reformismo de direita foi completamente minada. Isso vai provocar crise após crise. Em um determinado estágio, o domínio da direita entrará em colapso inevitavelmente.

O marxismo, de acordo com nossos detratores, é “tóxico” ou “venenoso”. Esta é uma referência, presumimos, à nossa oposição inabalável ao capitalismo, o que é um anátema para a direita do partido. Para eles, toda oposição à economia de mercado e à regra do lucro é “tóxica” ou “venenosa”. Que se pode esperar dos que se prosternam ante o altar do capitalismo?

Por trás de seus ataques aos marxistas estão o sistema e a classe dominante – os senhores a quem eles servem fielmente. Seu objetivo ao expulsar marxistas e membros de esquerda é tornar o Partido Trabalhista seguro para o capitalismo; nada mais nada menos.

Sir Keir Starmer, nosso cavaleiro do reino, está propondo introduzir proibições e proscrições à esquerda em uma escala nunca vista antes. Agora você pode ser “auto-excluído” na evidência de um canalha ou burocrata, sem direito de apelação. Os direitos democráticos dos membros do Partido Trabalhista devem ser eliminados imediatamente.

Sem dúvida, serão enviados fantoches para espionar e fotografar as barracas do Socialist Appeal, que vendem literatura socialista, a fim de compilar listas de expulsão.

Esses são os métodos notórios do macartismo nos Estados Unidos, que introduziram a lista negra. Assim como o escândalo dos trabalhadores da construção civil em listas negras, nossos os apoiadores estão na lista negra de Starmer.

História e tradições

Não somos nós que somos “tóxicos”, mas esses sabotadores de direita e fantoches da classe dominante.

O marxismo tem uma longa história na Grã-Bretanha, mais longa até do que o Partido Trabalhista. Ao contrário de Sir Starmer, Clement Attlee, um ex-líder do Partido Trabalhista, deu crédito aos pioneiros marxistas de nosso movimento.

Os adeptos [do marxismo] mostraram imensa coragem em um momento em que os propagandistas socialistas eram frequentemente recebidos com violência física”, explicou Clement Attlee antes da guerra. “Viveu aventureiro e os seus membros tiveram um papel proeminente nas lutas industriais das décadas de oitenta e noventa. Seu trabalho pioneiro foi inestimável … ” (Attlee, The Labour Party in Perspective).

Na verdade, um dos primeiros partidos da classe trabalhadora na Grã-Bretanha foi a Federação Social Democrática (SDF, em suas siglas em inglês). Foi estabelecida em 1881 como um partido abertamente marxista, quase 20 anos antes da fundação do Partido Trabalhista.

Seus membros desempenharam um papel central na construção de sindicatos de massa na Grã-Bretanha.

Os líderes mais proeminentes [dos sindicatos] eram membros do Partido Social-Democrata”, escreve novamente Attlee, “e foi talvez neste campo que a Federação prestou o seu maior serviço ao movimento socialista britânico”.

Em 1900, o SDF ajudou a fundar o partido do qual Starmer é agora líder e recebeu dois assentos permanentes em seu comitê executivo nacional.

Infelizmente, os líderes da SDF tinham uma visão sectária, que foi criticada por Engels antes de sua morte. Isso levou os marxistas a abandonarem o partido, quando este falhou em adotar um programa socialista completo.

Internacionalismo

Starmer nos ataca por pertencermos à Corrente Marxista Internacional (CMI), composta por grupos marxistas de todo o mundo. Mas não temos nada a nos desculpar no que diz respeito ao nosso internacionalismo, que é uma parte vital na luta pelo socialismo mundial.

Em 1907, o próprio Partido Trabalhista filiou-se à 2ª Internacional, uma organização marxista abertamente internacional, que reunia os partidos socialistas de todo o mundo.

A filiação do Partido Trabalhista foi proposta por ninguém menos que Karl Kautsky e apoiada por Lenin, que a viu como “o primeiro passo por parte das organizações realmente proletárias da Grã-Bretanha em direção a uma política de classe consciente e a um partido operário socialista” (Lenin sobre a Grã-Bretanha, p.97).

Em 1912, o SDF evoluiu para o Partido Socialista Britânico – uma organização marxista que se afiliou ao Partido Trabalhista. Sua figura mais conhecida foi John MacLean, de Glasgow.

Sob o impacto da Revolução Russa, em 1918 o Partido Trabalhista adotou uma constituição socialista contendo a famosa Cláusula 4, prometendo ao partido a propriedade comum dos meios de produção, distribuição e troca.

Isso foi desfeito por Tony Blair em 1995. No entanto, foi o Socialist Appeal que inaugurou a campanha Labour4Clause4 para lutar por sua reintegração, que foi apoiada por 62% dos delegados locais na conferência do Partido Trabalhista de 2019.

Em 1920, o recém-formado Partido Comunista Britânico, que havia absorvido o Partido Socialista Britânico, votou para se filiar ao Partido Trabalhista. Mas esse pedido foi recusado, em parte pela forma como foi formulado, o que convidou à rejeição. Apesar disso, os membros do Partido Comunista ainda podiam ser membros individuais do Partido Trabalhista até a conferência de Liverpool em 1925.

A direita, incluindo os líderes sindicais, estava determinada a traçar um limite com a imposição de proibições e proscrições.

Expulsões

Desde então, a ala direita do Partido Trabalhista considerou a esquerda marxista uma ameaça às suas políticas pró-capitalistas. Os que podiam ser caçados como bruxas foram então expulsos por causa de suas opiniões.

O deputado Stafford Cripps foi expulso pelo NEC em 1938, no que foi seguido pelo deputados Aneurin Bevan e George Strauss.

Mais tarde, Michael Foot e Sydney Silverman, ambos deputados Partido Trabalhista, foram chicoteados, como aconteceu com Corbyn atualmente. Nesta contínua caça às bruxas, outros também foram expulsos e jornais de esquerda proibidos.

Se todo esforço organizado para mudar a política do partido”, escreveu Bevan, “for descrito como um ataque organizado ao próprio partido, então a rigidez imposta pela disciplina partidária logo se transformará em rigor mortis”. Ele alertou que o Partido Trabalhista deve tomar cuidado para não se transformar em “um campo de concentração intelectual”.

É irônico que a direita ainda sinta a necessidade de elogiar Aneurin Bevan, o fundador do NHS, o Serviço Nacional de Saúde. Mas, como Michael Foot escreveu em sua biografia, “Ele [Bevan] era um marxista convicto”.

“Ele aceitou a ênfase marxista na necessidade de uma teoria completa da mudança social e chegou a aceitar a análise marxista da debilidade e das deficiências associadas à liderança social-democrata.” (Foot, Aneurin Bevan 1897-1945, p.150).

Marx e Engels

Em 1947, o Partido Trabalhista chegou a reimprimir o Manifesto Comunista de Marx e Engels, com uma introdução de Harold Laski, para marcar o centenário do documento. O prefácio explica:

“Ao apresentar este volume centenário do Manifesto Comunista, com a valiosa Introdução Histórica do Professor Laski, o Partido Trabalhista reconhece sua dívida para com Marx e Engels como dois homens que foram a inspiração de todo o movimento da classe trabalhadora.

“O Partido Trabalhista britânico tem suas raízes na história da Grã-Bretanha … Mas os socialistas britânicos nunca se isolaram de seus companheiros no continente europeu. Nossas próprias ideias têm sido diferentes das do socialismo continental, que derivam mais diretamente de Marx, mas nós também fomos influenciados de inúmeras formas por pensadores e lutadores europeus e, acima de tudo, pelos autores do Manifesto.

“A Grã-Bretanha desempenhou um grande papel na vida e na obra de Marx e Engels. Marx passou a maior parte de sua vida adulta aqui e está enterrado no cemitério de Highgate. Engels era filho de Manchester, o próprio símbolo do industrialismo capitalista. Quando escreveram sobre a exploração burguesa, basearam-se principalmente na experiência inglesa.”

Claro, fazer alguns comentários elogiosos sobre Marx e Engels era uma coisa, mas permitir que os marxistas se organizassem no Partido Trabalhista era outra bem diferente. Chegaram até a considerar a esquerda do partido como uma ameaça.

Apesar de ser elogiada por criar o NHS, a liderança de direita estava determinada a expulsar mais uma vez Nye Bevan e seus apoiadores “Bevanite”. Embora ele tenha escapado por pouco da expulsão em 1951, a organização Bevanite foi banida.

Não há dúvida de que Nye Bevan também seria expulso do Partido Trabalhista de Starmer.

Tony Benn

Nos anos 1980, o Militant foi rotulado como um “partido dentro de um partido” e banido. Mas isso foi simplesmente um precursor para um expurgo geral da esquerda sob Kinnock e uma preparação para uma mudança à direita no partido, terminando com Tony Blair e o New Labour [Novo Trabalhismo].

O Militant foi atacado não porque era organizado – afinal, a direita era bem organizada – mas porque teve muito êxito.

Eles começaram expulsando o conselho editorial. Seguiram-se 220 novas expulsões.

Tony Benn, embora não fosse um marxista, levantou-se em defesa do Militant. “Acredito que nenhuma tradição madura de democracia política hoje pode sobreviver se não se abrir à influência de Marx e do marxismo”, afirmou Benn.

“O Manifesto Comunista e muitas outras obras da filosofia marxista sempre influenciaram profundamente o movimento trabalhista britânico e o Partido Trabalhista britânico, e fortaleceram nossa compreensão e enriqueceram nosso pensamento.

“Seria tão impensável tentar construir o Partido Trabalhista sem Marx, quanto seria impensável estabelecer faculdades universitárias de astronomia, antropologia ou psicologia sem permitir o estudo de Copérnico, Darwin ou Freud, e ainda esperar que tais faculdades sejam levadas a sério.”

Tony Benn também fez referência à contribuição vital de Trotsky:

“Trotsky deve ser lembrado como o primeiro e mais importante dissidente soviético, caçado e depois assassinado por Stalin. Suas críticas ao stalinismo merecem um estudo respeitoso e sua exposição desdenhosa do socialismo água com açúcar de alguns líderes trabalhistas na década de 1920, em seu livro Whither Britain, dá-lhe o direito a um lugar em nossa história.”

Ele concluiu: “… Sou profundamente contra qualquer tentativa de proibir, expulsar ou excomungar os seguidores de Leon Trotsky do Partido Trabalhista.

De acordo com o biógrafo de Michael Foot, Kenneth Morgan:

“Ambos [Michael Foot e Tony Benn] prestam homenagem à inspiração de Marx, cujo papel no pensamento socialista britânico foi virtualmente ignorado durante os anos da Guerra Fria. Mesmo que nenhum dos dois fossem seriamente socialistas marxistas, Marx havia influenciado os dois ao longo dos anos.

“Ambos adotaram a visão de Marx sobre a necessidade histórica e a centralidade da classe. Foot, como vimos, passou algum tempo lendo a dialética marxista em seus dias da Liga Socialista e instruiu Barbara Betts nos fundamentos da mensagem de Marx. Benn descobriu Marx muito mais tarde na vida e leu pela primeira vez O Manifesto Comunista na casa dos cinquenta anos de idade” (Morgan, Michael Foot, pp. 407-8).

Embora seja verdade que muitos daqueles influenciados pelo marxismo mais tarde seguiram em direções políticas diferentes e até se tornaram hostis, isso indicava claramente a importância do marxismo como uma tendência influente na história do Partido Trabalhista britânico.

A principal razão para a atração do marxismo era que explicava a natureza de classe da sociedade, a crise econômica dos anos 1930, e fornecia uma explicação coerente do que estava acontecendo.

O movimento operário britânico geralmente tinha um desprezo pela teoria e confiava muito no pragmatismo. Essa foi sua principal fraqueza, pois fornecia a força para as ideias reformistas e a colaboração de classe.

Cada vez mais fortes

Sir Keir Starmer, como um agente da classe dominante, agora está determinado a seguir os passos da mesma tradição de caça às bruxas que a polícia do pensamento de Orwell. Ele se tornou o novo Caçador de Bruxas Geral, determinado a limpar o partido dos revolucionários “tóxicos”.

Ele está sob ordens de limpar a esquerda. A classe dominante ficou horrorizada com a vitória de Corbyn. Pela primeira vez, eles perderam o controle do Partido Trabalhista. Suas únicas bases de apoio eram os carreiristas do PLP, a burocracia do partido e um resíduo de vereadores locais.

Por meio da sabotagem da ala direita, eles lutaram, usando meios sujos, para retomar o controle do partido. Tendo recuperado o controle sob Starmer, eles estão determinados a que tal experiência nunca se repita novamente. Esta é a razão do atual expurgo, que apenas começou.

A direita acusa o Socialist Appeal de ser a “continuação do Militant”. Bem, não há como negar que temos apoiadores que, há mais de 30 anos, eram apoiadores orgulhosos do Militant. Nunca abandonamos o marxismo. É, portanto, um fato que hoje representamos a tendência marxista dentro do Partido Trabalhista e do movimento em geral.

Não somos nós os “entristas”, mas os carreiristas e sabotadores de direita que infestam o Partido Trabalhista Parlamentar e agem como um apoio para o establishment.

O Socialist Appeal existe desde 1992, há cerca de 30 anos, sem ser banido ou proscrito. A razão pela qual isso está acontecendo agora é devido aos nossos êxitos no período recente. Somos cada vez mais fortes.

Este crescimento substancial teve um impacto crescente na esquerda do partido. Como resultado, nos tornamos um verdadeiro espinho no flanco da direita.

Nós nunca iremos desistir. Acima de tudo, continuaremos a defender um programa socialista ousado que visa acabar com o capitalismo. Esta é a única solução para os problemas enfrentados pela classe trabalhadora.

Essas ideias estão ganhando um eco real – não só nas fileiras do Partido Trabalhista, conforme indicado pelo apoio à reintrodução da Cláusula IV, mas entre os trabalhadores e os jovens em geral.

Maré da história

O problema para os caçadores de bruxas é que não se pode expulsar uma ideia cujo tempo chegou. O capitalismo está passando por sua maior crise em 300 anos. E o marxismo nunca foi tão relevante.

A proibição de Socialist Appeal será um revés. Mas certamente não nos intimidará. E certamente não é a última palavra. Na verdade, isso nos fará redobrar nossos esforços!

A profunda crise do capitalismo radicalizará a consciência e sacudirá toda a situação, repetidamente. Estamos em um período de mudanças bruscas e repentinas.

No processo, as organizações de massa serão transformadas e retransformadas nos anos que virão. O que vimos nos anos Corbyn não será nada comparado com o que vai acontecer. A esquerda ressurgirá – renovada, endurecida e reforçada; e em um nível muito mais alto.

O marxismo emergirá como uma tendência poderosa no movimento trabalhista britânico e na juventude.

Ao contrário dos reformistas, o marxismo tem uma visão de longo prazo da história. Não estamos hipnotizados por esta ou aquela dificuldade local, mas procuramos descobrir as contradições subjacentes na situação que mais cedo ou mais tarde irromperão à superfície.

Essa é toda a essência da dialética, que vê as coisas não como entidades estáticas, mas como processos dinâmicos e contraditórios.

Toda a história do movimento operário refletiu o fluxo e refluxo da luta de classes. Com a derrota do corbynismo, a esquerda recuou. Em grande parte, isso é culpa deles.

Em vez de apaziguar a direita, o que fazia continuamente, a esquerda deveria ter partido para a ofensiva. Essa debilidade simplesmente encorajou a direita. Afinal, a fraqueza convida à agressão. E a melhor forma de defesa é o ataque.

O aprofundamento da crise capitalista, entretanto, abrirá um período fundamentalmente diferente, que transformará a situação e transformará a esquerda. O marxismo pode construir uma posição poderosa nessas circunstâncias. Com base nos eventos, a ascendência da direita será destruída. A história está contra eles.

Forças do marxismo

Não mudaremos nossa orientação em direção às organizações de massas, ao Partido Trabalhista ou aos sindicatos, nos quais a luta de classes mais cedo ou mais tarde encontrará sua expressão.

O que quer que a direita faça, não há como separar o marxismo do movimento trabalhista.

Claro, não adotaremos uma atitude sectária. A história está repleta de destroços de pequenos grupos sectários, que tentaram modelar o movimento dos trabalhadores em torno de seus planos pré-concebidos, e falharam.

A tarefa urgente agora, a tarefa prioritária, é lutar contra essa caça às bruxas. No entanto, isso deve estar ligado à luta pela construção das forças do marxismo, a fim de intervir de forma decisiva nos acontecimentos turbulentos que temos pela frente e se preparar para o futuro.

Quaisquer que sejam os desejos subjetivos deste ou daquele parlamentar, sindicato, líder partidário ou burocrata, não há poder na terra que possa impedir o crescimento das idéias marxistas.

Participaremos de forma decisiva na luta da classe trabalhadora para erradicar o sistema capitalista e para criar uma vida melhor, livre de exploração, ganância e conflito.

Portanto, apelamos a todos aqueles que querem continuar a luta: o que quer que aconteça no Partido Trabalhista – juntem-se a nós e construam as forças do marxismo. Essa é a verdadeira resposta para esta caça às bruxas.

Join us

If you want more information about joining the RCI, fill in this form. We will get back to you as soon as possible.