Declaração da CMI sobre a nacionalização do Banco de Venezuela (Santander) Portuguese Share Tweet Portuguese translation of Declaration of the IMT on the nationalisation of the Banco de Venezuela (August 2, 2008) Declaração adotada pelo Congresso Mundial da Corrente Marxista Internacional (CMI) Este Congresso Mundial da Corrente Marxista Internacional dá boas-vindas ao anúncio do presidente Chávez sobre a nacionalização do Banco de Venezuela. O Banco de Venezuela foi comprado pelo grupo bancário multinacional espanhol Grupo Santander por somente 430 milhões de dólares e obteve lucros de 170 milhões de dólares no primeiro semestre de 2008, um aumento de 29% em relação a 2007. Em 2007, obteve lucro de 325,3 milhões de dólares, que é quase igual ao valor pago pela compra do banco. Estas cifras demonstram que o Grupo Santander já recuperou e multiplicou seu investimento inicial muitas vezes e não deve receber nenhuma compensação. Este é apenas um exemplo de como as multinacionais estão pilhando os recursos da América Latina. A tentativa do governo venezuelano de recuperar o controle sobre os recursos do país é inteiramente justificada. Os trabalhadores da Venezuela e de todo o mundo dão boas-vindas à nacionalização do Banco de Venezuela e compreendem que os ataques e as difamações contra Hugo Chávez estão ditados pela hipocrisia, pela avidez e pelo ódio à revolução venezuelana. Os banqueiros espanhóis, que têm pilhado a Venezuela sem nenhum escrúpulo, estavam dispostos a vender o Banco de Venezuela a um banqueiro venezuelano privado, mas não queriam que o Estado tomasse o controle do banco para promover os interesses do povo venezuelano. O que os capitalistas e os imperialistas temem realmente é que a tendência da revolução venezuelana de avançar contra a propriedade privada se torne irresistível. A crise do capitalismo significa que um número crescente de bancos e de outras empresas privadas entrará em crise e fechará nos próximos meses, causando um forte aumento no desemprego. O investimento privado na Venezuela já está em colapso e a economia venezuelana somente se mantém pelo investimento estatal e pelo setor público. Isto representa uma ameaça grave à revolução e pode afetar negativamente os resultados das eleições de Novembro, especialmente se levarmos em consideração a alta taxa de inflação que segue aumentando. Os marxistas saúdam a cada passo em direção a nacionalização. Ao mesmo tempo que as nacionalizações parciais não são suficientes para resolver os problemas fundamentais da economia venezuelana. A nacionalização do setor bancário e financeiro em seu conjunto é uma condição necessária para estabelecer uma economia socialista planificada, junto com a expropriação dos latifundiários para realizar a reforma agrária, e a nacionalização de todas as grandes empresas privadas, sob o controle e gestão dos trabalhadores. Isto permitiria mobilizar todos os recursos produtivos da Venezuela para resolver os problemas mais urgentes dos povos. O socialismo é somente possível quando a classe trabalhadora toma o poder em suas mãos, expropria os banqueiros, os latifundiários e os capitalistas e começa a dirigir a sociedade em linhas socialistas. O estado deve tomar as forças produtivas em suas mãos e usar seus recursos para criar uma autêntica economia planificada socialista. A condição prévia é que as forças produtivas devem estar nas mãos do estado, e o estado deve estar nas mãos dos trabalhadores. Nós saudamos e aplaudimos a nacionalização do Banco de Venezuela como um passo à frente. Mas o objetivo principal ainda não foi alcançado: a eliminação do poder econômico da oligarquia e do estabelecimento de um autêntico estado dos trabalhadores socialistas. A batalha continua, e a Corrente Marxista Internacional estará na linha da frente da luta para defender a revolução venezuelana e para conseguir a vitória do socialismo na Venezuela, na América Latina e no mundo inteiro. Barcelona, 1º agosto 2008 Aprovado por unanimidade Clique aqui para ler a análise de Alan Woods sobre a nacionalização do Banco de Venezuela. Source: Esquerda Marxista